Governo Lula é acusado de antissemitismo
- Rodrigo Napoleone
- há 17 horas
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As declarações de ministros israelenses sobre o suposto apoio do governo Lula ao Hamas são parte de um atrito diplomático que se intensificou desde o início do conflito em Gaza, em outubro de 2023.

Declarações de Israel e a Reação do Brasil
Em diversas ocasiões, autoridades de Israel, incluindo o ministro da Defesa Israel Katz, fizeram declarações fortes contra o governo brasileiro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As acusações incluem:
Antissemitismo e Apoio ao grupo terrorista Hamas: O ministro Israel Katz acusou publicamente o presidente Lula de ser "antissemita" e "apoiador do Hamas". Em uma de suas postagens nas redes sociais, ele chegou a usar uma imagem gerada por inteligência artificial que retrata Lula como um boneco controlado pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei.

Críticas à Postura Brasileira: A postura do Brasil em relação à guerra em Gaza, com críticas às operações militares de Israel e o apoio à criação de um Estado Palestino, foi vista por Israel como hostil. O governo brasileiro também decidiu retirar o país da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), uma decisão que, para Katz, alinha o Brasil a regimes que "negam o Holocausto e ameaçam destruir Israel".
O governo brasileiro, por sua vez, reagiu às declarações, classificando-as como "grosserias inaceitáveis" e "ofensas", além de considerar o comportamento de Israel Katz como inaceitável em termos diplomáticos.
O Contexto das Tensões Diplomáticas
O atrito entre Brasil e Israel já vinha crescendo.
A viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin ao Irã em janeiro de 2024 para participar de uma cerimônia em memória de Ebrahim Raisi, o então presidente iraniano, também foi alvo de críticas. Fotos de Alckmin ao lado de autoridades terroristas iranianas circularam nas redes sociais, gerando questionamentos sobre a diplomacia brasileira.
Em fevereiro de 2024, após Lula comparar a situação em Gaza ao Holocausto, ele foi declarado "persona non grata" em Israel. O Brasil, em resposta, chamou seu embaixador de volta a Brasília e, até o momento, não indicou um substituto para Tel Aviv. As relações diplomáticas entre os dois países estão em um nível mais baixo.
Apesar das tensões, a posição do Brasil, manifestada por meio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), tem sido de defender a sua postura em relação ao conflito, pedindo um fim imediato para a violência e reiterando a necessidade de uma solução de dois Estados.

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