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PCC na Faria Lima, crime organizado e a alta sociedade, Carbono Oculto

  • Foto do escritor: Rodrigo Napoleone
    Rodrigo Napoleone
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

Não existe crime organizado sem a conivência do Estado.


A Operação Carbono Oculto é a ação mais recente e impressionante, deflagrada na manhã de hoje (28/08/2025). Ela é considerada a maior operação do Brasil contra o crime organizado, com um foco especial no Primeiro Comando da Capital (PCC).


A operação desvendou um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis que envolvia fraudes, sonegação e lavagem de dinheiro em uma escala jamais vista.

Imagem: CNN
Imagem: CNN

O que a operação revelou?

O esquema do PCC: A organização criminosa, liderada pelo PCC, montou uma rede de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Eles usavam mais de mil postos de combustíveis e até mesmo empresas de fachada e fintechs na região da Faria Lima, em São Paulo, para lavar o dinheiro sujo.


Fraudes com combustíveis: O grupo importava insumos como metanol, nafta e diesel de forma fraudulenta, os quais eram usados para adulterar combustíveis. Isso permitia que eles sonegassem mais de R$ 7,6 bilhões em impostos.


Violência e Coerção: Além das fraudes financeiras, a organização criminosa também usava violência e ameaças. Eles forçavam donos de postos de gasolina a vender seus estabelecimentos e ameaçavam de morte quem se recusava ou tentava cobrar dívidas.


Como foi a ação?

A Operação Carbono Oculto mobilizou uma força-tarefa gigante, com cerca de 1.400 agentes de diferentes instituições, incluindo a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o Ministério Público Federal e as Polícias Civil e Militar de vários estados.


Foram cumpridos 189 mandados de busca e apreensão e 114 mandados de prisão em 11 estados diferentes, mostrando a dimensão nacional do esquema criminoso. A ação também resultou no sequestro de cerca de R$ 380 milhões em bens, incluindo imóveis, veículos de luxo e aeronaves.


A Operação Carbono Oculto é um marco no combate ao crime organizado no Brasil, revelando a sofisticação e a capacidade de infiltração de uma facção criminosa em setores estratégicos da economia.

Imagem: Correio do Povo
Imagem: Correio do Povo

O papel da Faria Lima no esquema


A investigação, que tem mais de 40 alvos na região da Faria Lima, mostra como o PCC utilizou o mercado financeiro para esconder a origem ilegal do dinheiro.


Fundos de investimento: O PCC controlava cerca de 40 fundos de investimento (multimercado e imobiliário), com um patrimônio superior a R$ 30 bilhões. Esses fundos eram usados para movimentar o dinheiro ilícito, tornando-o muito mais difícil de ser rastreado pelas autoridades. Muitos deles eram fundos fechados, com apenas um cotista, que por sua vez, era outro fundo, criando camadas de ocultação

.

Fintechs e instituições de pagamento: A organização criminosa utilizava fintechs e outras instituições de pagamento como um tipo de "banco paralelo" para movimentar grandes volumes de dinheiro. Somente uma dessas fintechs operou R$ 17,7 bilhões em transações suspeitas.


Compras bilionárias: Com esse dinheiro "limpo" pelos fundos, o PCC comprava diversos ativos, como:

* Um terminal portuário;

* Quatro usinas de álcool e duas em processo de aquisição;

* Uma frota de 1.600 caminhões para transporte de combustíveis;

* Mais de 100 imóveis, incluindo seis fazendas no interior de São Paulo.

Imagem: Estadão
Imagem: Estadão

A estratégia do PCC


A estratégia da facção não se limitava a crimes violentos. O grupo criminoso atuava como uma verdadeira corporação, criando uma cadeia de controle vertical:


A entrada do dinheiro: O dinheiro era gerado em postos de gasolina, que funcionavam como "lavanderias". Os valores em espécie ou de maquininhas de cartão eram enviados para as fintechs e, depois, para os fundos de investimento.


A "blindagem": Uma vez nos fundos, o dinheiro era usado para comprar ativos de alto valor, o que servia para ocultar a origem dos recursos e garantir o patrimônio da facção.


A Operação Carbono Oculto é um marco por mostrar que o PCC tem uma estrutura muito mais complexa e infiltrada na economia formal do que se imaginava, utilizando a expertise do mercado financeiro para lavar e proteger bilhões de reais obtidos de forma ilegal.

Imagem: DCM
Imagem: DCM

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